Bia estava lá na praia ao fim da tarde esperando seu amor, quando ele chega estranho, sério, algo que não é do seu costume.
Ela se aproxima para beijá-lo, porém ele hesita:
- Precisamos conversa minha linda.
- Fala amor, pode falar.
Ele pegou em suas mãos, e caminharam até um lugar perto, onde as crianças costumavam a brincar.
- Bia, eu não imaginava dizer-te isso um dia, mas não dá mais.
- Dizer o que meu amor? Eu estou preocupada já. Fale-me. Disse já chorando.
- Agente...
- Agente o que?
- Eu quero terminar com você.
Ela não soube o que falar, as lágrimas apenas rolavam.
- Desculpa eu te dizer assim, mas eu não agüentava mais e não queria te dá falsas esperanças. Foi bom nosso tempo minha pequena, foi lindo tudo que vivemos. Mas o nosso amor não durou.
- Hugo, não fale do meu amor, ele ainda existe. Disse ela quase sem forças.
- Tudo bem, o meu amor não durou, não sei na verdade se foi amor ou uma paixão, mas eu quero um tempo para mim, eu quero ficar sozinho, sinto por lhe fazer chorar, mas eu tentei todas as formas de falar do melhor jeito possível.
E ela não disse nada, apenas sentou no balanço próximo. O mesmo de sua infância, de suas brincadeiras, das risadas. O mesmo que eles passaram bons momentos, piqueniques, beijos, risadas. E era esse mesmo balanço que agora foi “palco” de sua maior e mais dolorosa despedida.
- Bia, não fica assim, por favor?
- Como você quer que eu fique? Eu fui um brinquedo em sua mão? Eu tinha planos, eu queria entrar na igreja de branco e você estivesse no altar, eu quero que meus filhos lhe chamassem de pai, eu queria estar velhinha ao seu lado. Tantos planos idiotas, idiotas como eu.
- Você não é idiota, você é linda, romântica, especial...
- Mas não para você.
- Mas será para alguém que lhe merece mais que eu.
- Mas eu escolhi você. E quer saber? Adeus meu a... Adeus Hugo. Ela não poderia lhe chamar de amor.
- Lhe levo em casa, você está chorando muito, te acompanho.
- Não, vou ficar aqui, preciso de um tempo para mim.
- Tem certeza?
- Sim, vai embora, você não já me deixou?
- Eu sinto muito, disse ele virando as costas e indo embora.
E enquanto Hugo ia molhar seus pés no mar, Bia ficou ali olhando aquela bela paisagem relembrando os momentos: o primeiro beijo, a primeira vez que disseram “eu te amo”. Ela recordava tudo, enquanto seu ex- namorado ia embora.
Ela tinha que encontrar uma forma de tirar aquele sentimento do seu peito, tirar aquele amor do seu coração.
Iasmin Cruz, autora